A Ucrânia lançou em Outubro um parque de painéis fotovoltaicos na antiga usina de Chernobyl, enquanto o país procura usar a energia solar para dar ao cenário do pior desastre nuclear do mundo uma nova chance de vida.
A usina de 1 milhão de euros (1,2 milhão de dólares) e 1 megawatt está localizada a apenas 100 metros de uma gigantesca cúpula metálica que veda os restos da usina nuclear que sofreu um colapso catastrófico em 1986.
“Hoje estamos conectando a estação ao sistema de energia da Ucrânia”, disse Yevgen Varyagin, chefe da Solar Chernobyl, uma empresa ucraniana-alemã por trás do projeto, na cerimônia de lançamento.
A instalação, que está instalada em uma área de 1,6 hectare (4 acres), pode abastecer uma vila de tamanho médio, ou cerca de 2.000 residências.
Os planos são para produzir 100 megawatts no local, que devido à contaminação por radiação não podem ser usados para agricultura.
As autoridades ucranianas ofereceram aos investidores cerca de 2.500 hectares para a construção de painéis solares e, além do preço barato da terra, o local também é atraente, pois oferece conexões com a rede elétrica.
Os investidores estrangeiros são atraídos pelo preço pelo qual a Ucrânia comprará a energia solar, que supera a média européia em 50%, segundo especialistas.
A Ucrânia, que parou de comprar gás natural da Rússia nos últimos anos, pretende diversificar sua geração de eletricidade.
O reator número quatro da usina de Chernobyl explodiu em 26 de abril de 1986 e a precipitação contaminou até três quartos da Europa, segundo algumas estimativas, especialmente atingindo a Rússia, a Ucrânia e a Bielorrússia.
Após o desastre, as autoridades soviéticas evacuaram centenas de milhares de pessoas e o vasto território – com mais de 2.000 quilômetros quadrados de largura – permaneceu abandonado.
Os outros reatores só foram gradualmente desativados, com o último fechamento em 2000, encerrando a atividade industrial na área.
Os seres humanos não podem voltar a viver na zona por mais 24 mil anos, segundo as autoridades ucranianas..